Uma resistência mais efetiva se constrói dentro das bases sindicais. Os desafios postos pelo atual modelo de sociedade, inaugurado com Governo golpista de Michel Temer, aniquilam os anos de conquistas consolidadas com garantia de direitos. Os atuais projetos apresentados retiram direitos da classe trabalhadora, precarizam os serviços públicos e legalizam a exploração econômica. Essa foi a avaliação dos palestrantes durante a análise conjuntural feita no Conselho de Representantes do Sintep/MT, sábado (12.11), em Cuiabá.
O secretário de Formação da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE), Gilmar Soares, ressaltou que o interesse do governo não é garantir um país Nação, soberano. Para Soares este é um momento da ação de transformação, e que o ânimo presente na luta sindical, deve se manter ainda mais vivo.
“Precisamos prestar atenção nas investidas dos três poderes. O Executivo realizando o ajuste fiscal; o Legislativo cuidando dos marcos regulatórios destinados a exploração econômica do Estado e, o Judiciário tratando da desregulamentação dos direitos trabalhistas. “Enquanto movimento organizado, precisamos pensar como minar esse tipo de iniciativas para contrapô-las. O espaço da escola é importante e necessário para o desvelamento da realidade, diante das maiores lutas que estão por vir”.
Dirigente sindical, o professor Júlio Viana destacou a necessidade que diante do quadro político a categoria mantenha a disposição, que é histórica no Sindicato. Conforme ele, a mobilização da Greve Geral convocada pela CUT e outros movimentos sociais do dia 11 de novembro já mostrou isso. “Como trabalhador da educação tivemos a melhor aula de ano. Não estava no planejamento, não estava nos livros didáticos e vimos a participação em grande parte dos municípios, em especial dos estudantes”, disse. Viana ressaltou que a mobilização é fundamental. “Os 20 anos de congelamento, não congelarão nossas necessidades e isto vai consequentemente nos levar a luta”.
O secretário de redes municipais, Alex Ferreira, lembrou ainda que as medidas governamentais, com o congelamento de recursos, terão impacto ainda maiores nos municípios. “Quem acredita que o ajuste fiscal no orçamento impactará apenas na União está totalmente enganado. O papel da união no auxílio aos municípios estará totalmente comprometido. Mais Educação, PDDE, e os auxílios feitos pelos programas serão os primeiros a serem retirados. As medidas reafirmam a negação da educação infantil como etapa educativa.
Foi unânime o fato das reformas serem regressistas, nenhuma progressista. Ferreira afirmou o impacto que terá sobre os trabalhadores, com arrocho salarial. Destaca que parte da categoria, assim como a sociedade não entende a palavra golpe, isso é constatado pelas contradições apresentadas e exemplifica; “votam no Nilson Leitão, mas defendem a reforma agrária. Não votam em candidatos da educação e querem que as leis sejam favoráveis aos profissionais”.
O presidente do Sintep/MT, Henrique Lopes do Nascimento, encerrou os trabalhos de discussão destacando que é preciso fazer a reflexão do que vivemos nos últimos anos e o que está por vir. “Os atuais gestores encontram espaço pavimentados para implementar medidas como Escola Sem Partido, espaço para uma reforma do ensino Médio, Base Nacional Comum (sem o resgate do PNE), MP 746 e outras. “Como classe trabalhadora temos lado, não há espaço vazio e não há neutralidade na política. Ser neutro é tomar partido”.
Assessoria/Sintep/MT