Há 90 anos, completos neste 16 de fevereiro de 2018, nascia em Balsareny, uma província Catalã de Barcelona, Dom Pedro Maria Casaldáliga. O religioso, que há 50 anos (1968) deixou sua terra natal para fundar uma missão da Congregação Claretiana (Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria) no Brasil, marca a história do povo do Araguaia, assim como a luta por direitos humanos e sociais em Mato Grosso.
O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) faz questão de registrar a homenagem a esse que é um dos precursores do movimento de luta social no Centro-Oeste. “Casaldáliga é o principal símbolo de resistência para aqueles que lutam por justiça social. Sempre esteve ao lado dos trabalhadores. Contribui para o despertar da consciência política de muitos trabalhadores”, destacou o presidente do Sintep/MT, Henrique Lopes.
Dom Pedro Casaldáliga foi um missionário que chegou ao Araguaia no período da Ditadura Militar com a responsabilidade de assumir uma pastoral. E enfrentou um quadro de violação aos direitos humanos por parte dos pequenos agricultores. Um cenário que colocou desafios além daqueles religiosos. O regime de exceção vivido no Brasil, os danos da Marcha para o Oeste, de Getúlio Vargas, da década de 1950 no Brasil, ainda eram evidentes. A dominação das empresas agropecuárias em terra indígena, a exploração desmedida dos pequenos agricultores, implementaram na região os graves conflitos agrários.
Professante da Teoria da Libertação, um movimento progressista da Igreja Católica com objetivo maior de interagir socialmente na redução entre as diferenças sociais, faz frente a expansão do capitalismo e vazios de direitos da proposta de modernização e progresso da época. Foi importante para orientação da população sofrida pela opressão do capital, para o enfrentamento à coação das forças militares e, principalmente, pela resistência com denúncias ao mundo da situação vivida no Araguaia.
Bispo emérito da Prelazia do Araguaia, em 1971 conseguiu, por meio de cartas, manifestos e protestos, além do enfrentamento físico, que lhe custou humilhação e até mesmo agressão física, mostrar ao mundo a realidade vivida pelas comunidades do Araguaia.
Os 90 anos de vida registram um legado histórico, ao desempenhar papel fundamental na militância e engajamento em vários movimentos de luta, contra os regimes que oprimem e escravizam o povo. Casaldáliga sempre fez o alerta de que só os movimentos sociais organizados alcançarão o que ele denomina de vanguarda coletiva. “Para luta sindical Casaldáliga deixou como modelo a participação ativa e pioneira indispensáveis para consolidar direitos coletivos”, conclui a vice-presidente do Sintep/MT, Jocilene Barboza.
Assessoria/Sintep-MT