Nem mesmo o recesso parlamentar foi suficiente para inviabilizar a segunda carreata do Fórum Sindical, nesta terça-feira (21.07) pelo Centro Político e Administrativo do governo de Mato Grosso contra a Reforma da Previdência de Mato Grosso. Nessa edição com mais de 90 veículos, segundo a organização, a mobilização revelou quais serão os impactos da medida que tramita na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, para segunda votação. Os servidores do estado, após perceberem o confisco feito no salário dos/as aposentados/as, começam a compreender o que está por vir.
Durante todo o percurso, os manifestantes seguiram o protocolo de segurança da Saúde, da Pandemia, com uso de máscaras e desinfeção com álcool gel nas mãos e microfones. Uma marcha fúnebre fez fundo a voz do locutor que esclarecia o porquê da mobilização. No áudio se ouvia a indignação dos servidores pela escolha do governo Mauro Mendes que optou por “equilibrar” as contas do estado, mexendo no bolso dos servidores e servidoras estaduais, enquanto continua beneficiando os empresários e o agronegócio. “Um estado que está em crise não renuncia R$ 7 bilhões de empresários e confisca 14% dos aposentados que recebem R$ 3.001,00”, dizia a voz indignada do professor Robson Ciréia, locutor da carreata.
A manifestação cobra diálogo para a negociação de emendas na PEC 06/2020 – da Reforma da Previdência – que atendam a dignidade dos servidores na aposentadoria. Pontos como regras de transição, direito das mulheres servidoras, são cobrados. A mobilização destacou ainda a necessidade da revogação da Lei nº 654, de fevereiro de 2020, que taxa a aposentadoria dos servidores aposentados e pensionistas que recebem salários a partir de R$ 3.001,00.
A urgência para a aprovação desse pacote de medidas da Previdência, contidas na PEC 06/2020 do governo Mauro Mendes, tem sido colocada sob suspeição. A votação ocorre sem conclusão da CPI do MT Prev (regime de aposentadoria de Mato Grosso), suspensa na Casa de Leis. Todos querem saber onde estão os recursos e patrimônio imobiliário adquiridos com dinheiro das contribuições dos servidores.
As práticas adotadas pelo governador Mauro Mendes foram citadas pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Valdeir Pereira, pela semelhança com os históricos e destrutivos governos Campos, da década de 90, quando os profissionais da educação tiveram inúmeros embates contra retirada de direitos. Nesse momento, destacou Valdeir Pereira, a luta é para que essa PEC seja menos ruim para o trabalhador, porque ela não faz Justiça”, concluiu o presidente do Sintep/MT.
Assessoria/Sintep-MT