A insensibilidade e o autoritarismo do Governo Mauro Mendes (DEM) vem criando, em plena pandemia, mais preocupações para os pais e mães, estudantes, professores e funcionários da Educação, assim como para as gestões das escolas estaduais em Várzea Grande.
As escolas foram surpreendidas com um documento orientativo de fechamento das unidades escolares. O documento pressiona a gestão das escolas E.E. Mercedes de Paula Sôda, E.E. Miguel Baracat e E.E. Ernandy Mauricio Baracat de Arruda fecharem os portões e repassar todo o contingente de alunos para outras escolas.
Tal decisão do governo tem causado uma revolta e uma grande preocupação na comunidade escolar, que tem buscado a imprensa e o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso, subsede de Várzea Grande (Sintep/VG) para manifestar a indignação com a atitude desrespeitosa do Governo, que em nenhum momento buscou ouvir a comunidade. Apenas encaminharam documento às escolas para impor as decisões tomadas de forma autoritária pela Seduc/MT.
As três escolas estaduais somam quase 1500 alunos que estão sendo deslocados das proximidades das suas casas para outras que além de transporte causam outros problemas para alunos, pais e profissionais da educação.
O diretor da Escola Miguel Barakat César, professor César Coutinho, informou que escola é a única que exista na região do Perinéo. Eles orientam que os nossos alunos deverão ir para o EE Prof. Elmaz Gattas Monteiro, que além de ser muito distante dessa comunidade, não tem capacidade para suportar os nossos alunos.
Segundo o presidente do CDCE (Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar), Marco Aurélio Pires, essa informação que chegou como imposição do encerramento das atividades da escola a toque de caixa, é inaceitável porque a escola tem um papel muito importante no meio social daquele bairro. “A escola é que atende o público da segunda fase do ensino fundamental, num raio de três quilômetros para qualquer lugar. A gente percebe que a imposição do encerramento das atividades não tem critério algum. A escola tem um número considerável de alunos, que é de 200 e aproximadamente 220 alunos, porém o prédio tem capacidade apenas para 300 alunos. Então a escola não está vazia. Os nossos resultados não são ruins. A gente não tem a escola aqui no bairro. Esta escola foi recém reformada e o nosso prédio está em boas condições. O que justifica o encerramento dessas atividades?” avalia.
Já, o professor José Melquiades da EE Mercedes Sôda, disse que todos os profissionais da educação ficaram surpresos e tristes com a orientação sobre a desativação da escola. E, que foi encaminhada a informação para a comunidade escolar com um formulário para eles opinarem sobre o fechamento da unidade escolar.
Em depoimento de uma mãe de aluno da EE Mercedes Sôda afirma que não concorda pois ela e os irmãos estudaram na escola e agora ela quer que as filhas dela continuem estudando na mesma escola. “Eu estudei nessa escola, meus irmãos estudaram nessa escola. Eu tenho duas filhas daqui, uma é a Bianca e a outra mais velha já estudou nessa escola. Minha família praticamente toda já estudou e tem vizinhança que tem crianças que moram perto e que necessitam dessa escola. Não é justo uma escola próxima de casa acessível para colocar os filhos num lugar mais longe de casa, não concordo. Vou fazer tudo o que tiver ao meu alcance para conseguir as assinaturas das pessoas em um abaixo assinado e levar para a escola”, disse a mãe aos dirigentes do Sindicato.
Para o professor Juscelino Dias de Moura, presidente do Sintep de Várzea Grande, a decisão desastrosa do Governo advém de uma questão central: o governo estadual não está a serviço da maioria da população e preocupado com medidas economicistas. “O Governo do Estado se precipita, e não conhece a realidade. A necessidade em Várzea Grande é construir mais escolas para atender os anos iniciais do ensino fundamental”, afirma o professor, ressaltando que é necessário sim fazer um redimensionamento de toda a rede em parceria com o município.
De acordo com a secretária de assuntos jurídicos do Sindicato, Maria Aparecida Cortez, é um desastre o fechamento de escolas em Várzea Grande, por se tratar de unidades escolares de referência para aquelas pessoas que lá vivem na comunidade. “Já tivemos essas atitudes em outras épocas e conseguimos reverter essa irregularidade de fechamento de escolas. O sindicato se posiciona contra e irá defender o direito de as crianças estudarem próximo a suas casas. Vamos encaminhar documentos para todas as instâncias para reverter essa situação”, informa Cida Cortez.
Confira a agenda de Reuniões com a comunidade escolar
* Dia 17/11/20 (terça-feira)
Horário 19h
Escola Estadual Miguel Baracat
* Dia 19/11/20 (quinta-feira)
Horário 18:30h
Escola Estadual Mercedes de Paula Sôda