Maria Aparecida Cortez
Ouvimos com frequência pela boca do prefeito de Várzea Grande Kalil Baracat (MDB), que o mesmo é democrático, preza pela educação e diálogo. No entanto, durante seu mandato como Secretário de Governo na Gestão Lucimar Campos e atualmente como prefeito, nunca atendeu uma solicitação de reunião com os trabalhadores da educação e nem respondeu quase nenhuma das pautas de reinvindicações protocoladas em seu gabinete. Nas mobilizações de carreatas realizadas durante os três anos de mandato, sempre acionou a guarda municipal para impedir os manifestantes adentrarem ao paço municipal.
Na abertura do ano legislativo, o fórum sindical de várzea grande, tem participado, assim como é feito todos anos, os trabalhadores do município compareceram na câmara municipal, para cobrar o RGA de todos os anos, inclusive deste ano de 2024. A contra gosto o prefeito teve que falar com os servidores presentes no local. Iniciou sua fala dizendo que sempre atende a categoria com muita educação, que sua equipe sempre senta para atender e tudo que é feito depende da saúde financeira do município e não será irresponsável de comprometer a finanças do município, até porque tem demandas importantes a cumprir em Várzea Grande, como construir a rodoviária de Várzea Grande é mais importante que a vida dos funcionários, que estão há mais de 7 anos sendo penalizados sem uma recomposição salarial justa, com uma defasagem no poder de compra que ultrapassam 72%.
O discurso de ser responsável cai por terra quando se tem aumento de mais de 270% de cargos comissionados e há a confirmação de que para a gestão o importante são as obras e não as pessoas. Características de uma gestão desumanizadora.
Continua seu prólogo afirmando que tem valorizados os funcionários, fazendo enquadramento elevação de nível e concedeu RGA em 2022 e que está fazendo estudos da recomposição salarial para o ano de 2024. Mesma promessa feita em 2023, porém, só ficou na promessa e nada aconteceu.
Lembrando que o enquadramento e elevação de nível, direito dos trabalhadores consignados nos planos de cargos e carreiras, e que desde 2010 a prefeitura vinha sonegando este direito e trazendo prejuízos incalculáveis para os servidores. O maior percentual dos enquadramentos ocorreu via decisões judiciais e de forma lenta. Justificar que concedeu RGA em 2022, esquecendo outros longos anos que não foi concedido e, não menciona de que forma vai recompor as perdas salariais acumuladas, constitui uma afronta a quem verdadeiramente atende a sociedade Várzea-grandense.
O prefeito usa a retórica de educado e de que busca sempre o diálogo, apenas para construir uma boa imagem de si.
Maria Aparecida Cortez, é funcionária da Educação (técnica administração escolar), direção do Sintep/VG e do Sintep/MT