HomeCONJUNTURAEstamos sofrendo da síndrome de Estocolmo?

Estamos sofrendo da síndrome de Estocolmo?

Participo de vários grupos de Zap da educação, uns me toleram, vários me excluem e outros dialogam com meus pensamentos e mensagens. A partir da leitura das mensagens, percebi que muitos dos participantes desenvolveram o que foi denominado Sindrome de Estocolmo.

“A síndrome de Estocolmo foi descrita por Nils Bejerot, em 1973, como um estado psicológico particular, no qual a vítima demonstra indícios de lealdade e sentimento de gratidão para com seu sequestrador. É um mecanismo de defesa por medo de retaliação”. (Montero, 1999).

Em Mato Grosso, os profissionais da educação vem ao longos dos dois mandatos do atual governador, sofrendo sucessivos ataques a carreira, a democracia escolar, controle e ordens que geram assedio, e mesmo assim muitos educadores defendem o governo, admiram e atende mesmos as ordens absurda e ilegais.

Lembro de dois casos dolorosos, ocorridos em Várzea Grande. A perícia médica negou a licença a uma professora oncológica que veio falecer trabalhando e de uma TAE que lutava contra uma severa depressão e que veio cometer suicídio após retornar para escola. Na escola onde TAE trabalhava, a direção não queria liberar as companheiras de turno para o velório. Algumas foram. Outros seguiram os ritos burocráticos da escola.

Não considero que estas duas mulheres sofriam da Síndrome de Estolcomo e sim os gestores da escola, que desenvolveram mais empatia com os governantes do que com quem atuava no ambiente escolar.

Segundo os estudos da Sindrome, as vitimas criam uma identificação com seus agressores, desenvolve simpatia e defendem as atitudes do agressor ao invés de reagir.

A diferença é que os agressores analisado por Nils Bejerot, eram gentis com as vitimas e assim elas desenvolveram um fenômeno psicológico e no caso dos agressores da educação em Mato, existe algum momento de gentileza?

Nos grupos há muitas reclamações, relatos de sofrimentos e decepção com a situação, porém pouca reação de rompimento com a situação.

O Poeta Manoel de Barros nos ensina – “Quem anda no trilho é trem de ferro, sou água que corre entre pedras: liberdade caça jeito”. Vamos caçar jeito! Coletivamente.

Maria Aparecida Cortez (Cida Cortez), é funcionária da Educação (técnica administração escolar), direção do Sintep/VG e do Sintep/MT

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