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NOTA PÚBLICA SOBRE OS CONFLITOS NAS UNIDADES ESCOLARES

A Direção do Sintep Subsede de Várzea Grande vem a público manifestar preocupação com os conflitos envolvendo alunos e educadores. São conflitos graves, com violências físicas e/ou verbais ocorridas ao longo do 1º semestre e que podem revelar dificuldades vivenciadas pela comunidade escolar no enfrentamento das novas exigências neste período de retorno efetivo da convivência escolar.

Tem sido corriqueiro nesta subsede, o recebimento de relatos das dificuldades enfrentadas pelas comunidades escolares, acerca do aprofundamento das questões que desafiam as atividades presenciais na escola neste retorno pós-pandemia.

Fato é que, as escolas não foram devidamente preparadas para este retorno e, mais que isso, o Governo de Mato Grosso precipitou decisões e mudanças bruscas nas políticas educacionais em que as violências que vem acontecendo no interior e exterior das escolas, promovem um clima de instabilidade, fragilidade e tormenta para os atores sujeitos ativos e passivos da aprendizagem na escola. A fragilidade vem sendo sentida por todos/as no interior das escolas.

Das decisões arbitrárias e autoritárias tomadas pelo governo está: o fim da gestão democrática nas escolas, a adoção de sistemas de ensino privados baseados em resultados, a limitação das políticas de valorização salarial que expõe os profissionais a perdas na sua renda família, os expondo a duplas e triplas jornadas de trabalho, com grandes consequências para a dedicação humana e profissional nas relações pedagógicas.

Para além disso, as condições de vida na sociedade, com as limitações advindas da pandemia, exigiriam medidas de ampliação do tempo dos alunos nas escolas, ampliação do número de sala de aulas, entre outras. Ocorre que o Governo de Mauro Mendes fez justamente o contrário: fechou escolas, ampliou jornada dos educadores os expondo à exaustação, ampliou as exigências para atuação profissional, de modo que muitos profissionais atuam sob efeitos de remédios controlados, trabalhando doentes para não terem seus salários cortados.

No caso dos estudantes, há que se reconhecer que a rotina escolar está sendo atravessada por comportamentos extremamente inadequados, aprofundados por 2 anos ausentes da escola (pandemia) que causou um atraso cognitivo de mais de 2 anos, situação esta referendada nas afirmações de estudiosos e pesquisadores da educação. Há muitos casos de violência pelos alunos que são reflexos da sua condição de não serem alfabetizados, ou durante a pandemia, pelas longas horas de exposição ao ambiente remoto, apresenta hoje, grandes dificuldades de concentração e disciplina nos estudos presenciais. Resumindo, temos hoje enfrentados grandes desafios ao ambiente que possuí atividade ímpar de educar e formar pessoas para o exercício da cidadania.

Essa realidade está afetando o bom andamento das escolas e dificultando o trabalho dos profissionais de educação, que somente com políticas públicas que vise programas de saúde, qualidade de vida aos educadores é que poderá se verem remediadas as situações de conflitos individuais dentro das escolas.

Infelizmente, o próprio governo, com suas intempestuosas políticas empresais na educação, para buscar resultados superestimando os custos e subestimando as consequências para as pessoas, parece trabalhar para o “quanto pior, melhor”. Adoentados e desistidos interiormente, profissionais da educação serão presas fáceis do discurso de fracasso do governo, numa epopeia para transformação da escola numa empresa e da Seduc/MT num balcão de negócios.

Nossa solidariedade a todos as pessoas, professores, técnicos e estudantes, que sofrem as ausências de políticas de atendimento qualidade, mas que não desistem da Educação Pública, essa que é o único caminho do desenvolvimento e integração das pessoas.

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