Enquanto escolas tem filas de espera para matrícula, a escola sediada no centro da cidade pode se tornar almoxarifado, arquivo morto, setor administrativo ou até pátio de ônibus escolares
O governo Mauro Mendes vem se notabilizando, mas especialmente nos 2 últimos anos no seu mandato, em trair a confiança que o povo depositou nas urnas ao tomar medidas que dificultam a vida dos mato-grossenses.
O município de Várzea Grande foi o mais privilegiado pelo governador para estabelecer suas medidas autoritárias e de traição para com as reivindicações das comunidades.
Mesmo depois de muita luta, passeatas, reuniões e até pedido de apoio junto a autoridades como o Senador Jaime Campos e a Deputada Federal Rosa Neide, o governador deferiu o mais cruel de seus golpes, decretando o fechamento da histórica Escola Estadual Licínio Monteiro da Silva.
A medida se concretizou, hoje, 21 de janeiro de 2021, quando no final da tarde uma equipe de técnicos recentemente indicados na “nova” política de gestão do Governador na educação, anunciaram a intervenção e posse na escola, afirmando que naquele espaço funcionará a D.R.E – Diretoria Regional de Ensino.
Cabe relembrar que o projeto inicial do governo Mauro Mendes era repassar a escola para a prefeitura e naquele espaço funcionaria o almoxarifado da prefeitura e pátio de ônibus escolares. A diferença é que agora o prédio da histórica escola de quase 50 anos de idade, também abrigará o setor burocrático, tecnocrático-administrativa da chamada “inovação” na educação em MT.
Governador Mauro Mendes e a tática da vingança política
A luta da comunidade escolar para que a escola Licinio Monteiro permanecesse estadual desagradou ao governador Mauro Mendes, bem como ao Vice-Governador Otaviano Pivetta e seu pupilo, Alan Porto, que queriam tráfego livre para implementar a política de desresponsabilização do estado no atendimento, municipalização e privatização das escolas com larga facilidade para terceirização das atividades educativas.
Ocorre que Várzea Grande resistiu e se colocou contra as medidas autoritárias do Governador e da própria Seduc/MT. Em visita ao município, o secretário Alan Porto, notório candidato a Deputado Estadual, ao fugir do debate com a categoria, foi impedido de sair pela porta da frente e somente com um grande contingente policial, saiu escondido pelas portas do fundo, sem coragem de explicar as medidas do suposto “redimensionamento” que previa o fechamento de várias escolas em Várzea Grande, dentre elas, o Licínio Monteiro da Silva.
Mensagens oficiosas circularam pelos corredores da Seduc e em Várzea Grande de que o governador, insatisfeito com as manifestações, agiria para impedir o funcionamento da escola, tida como um forte núcleo de resistência às políticas de privatizações que vem sendo implementadas no estado.
A Palavra do Senador Jaime Campos contrariada por seu afilhado político, o governador Mauro Mendes
Todos têm conhecimento que o atual governador, de imagem e discurso fabricado com auxílio de “Photoshop” sempre dependeu de seu padrinho político – Jaime Campos, para poder se eleger e governar Mato Grosso. Fato é, também, que sem a intervenção do Senador, a Escola Licinio Monteiro já seria escola Municipalizada, desde o início deste ano de 2022. Mas, o Senador atuou de forma firme e impediu que a escola fosse fechada e também exigiu do prefeito Kalil Baracat a preservação do patrimônio histórico e cultural da escola que leva o nome de seu padrinho, Licinio Monteiro da Silva.
Agora, com a decisão de fechar a escola e transformá-la em prédio administrativo e, consequentemente, depósito das escolas recém-fechadas (7 escolas fechadas nesses últimos 2 anos), o governador desconsiderou frontalmente a palavra assegurada ao Senador Jaime Campos.
Para além da desconsideração com a palavra do Senador Jaime Campos que assegurou à comunidade que a Escola Licínio Monteiro não seria fechada, o governador reafirma sua falta de consideração com a história de Várzea Grande em 1/3 de sua existência, reverenciou serviços inestimáveis à formação da população de Várzea Grande.
Mais de 200 famílias já tinham matriculados seus filhos para o ano letivo de 2022. E agora Mauro Mendes?
O compromisso de não municipalizar e não fechar a escola, recolocou a escola na condição de Escola Estadual de Desenvolvimento Integral, como foi criada a um ano, para receber matrículas de alunos, primeiro de duas escolas municipais – Marilce Benedita e Ana Francisca e posteriormente para a população em geral.
No caso das duas escolas já são mais de 200 matrículas e famílias que, pela irresponsabilidade do governador em fechar a escola, deixarão os país e mães na insegurança de onde seus filhos irão estudar.
Outra expectativa criada na população foi a notícia de que a escola seria mantida pela gestão do Corpo de Bombeiro. O alento nesse caso era de que ao menos a escola permaneceria estadual e manteria viva a atuação da mesma favorecendo a população de Várzea continuando a contar com uma escola de fácil acesso, no centro da cidade.
Escola Licínio poderia impedir listas de esperas no Ensino Médio em Várzea Grande
Outro desconforto causado à população pela medida despótica do Governador Mauro Mendes é que a escola poderia oferecer o Ensino Médio (período diurno) e EJA – Educação de Jovens e Adultos no período noturno – onde se concentra a maior procura.
Segundo o professor Gilmar Soares Ferreira, lotado na escola, nesses primeiros dias de matrículas já tem listas de espera dos pais/mães para matricular seus filhos no ensino médio das escolas no centro da cidade. Muitos desses país procuraram a escola Licínio em burca de vagas, mas ouviram das técnicas que ainda permanecem na escola até a Seduc definir de vez o destino da escola, que não havia liberação do governo para realizar matrículas no ensino médio.
Governador vai subutilizar uma invejável estrutura de escola para abrigar Setor Administrativo
A Escola Licínio possui é uma escola de invejável estrutura no centro da cidade de Várzea Grande: dezenas de salas, 5 laboratórios, amplo espaço de convivência, quadra de esportes coberta, espaço de reserva para ampliação de estrutura física, ampla biblioteca, cozinha bem equipada e até um palco de teatro ao ar livre.
Portanto, uma escola com este porte, na região central da cidade, aos olhos de um estadista de verdade, seria alçada a condição de escola modelo de inclusão e garantia do direito como brilhantemente nossa Constituição Estadual assegura.
Com o fechamento da Escola Licínio que fique evidente é a insensatez de um governo e governador que odeia a democracia e a educação democrática, repetindo feito papagaio de pirata os baixos resultados da educação sem condições os variados fatores que a impedem se desenvolver. Entretanto, passados 3 anos de sua administração, a síntese é geral e concisa: o discurso do governador vai de encontro aos interesses do lucro fácil na educação.
A ÚLTIMA ESPERANÇA EM MANTER A ESCOLA FUNCIONANDO
A comunidade fez o seu melhor na defesa da escola: lutou e deu testemunho de amor pela escola. Agora só depende das autoridades. Ela espera, que as autoridades, exerçam de fato, as autoridades lhes conferidas por seus cargos que a constituição consagrou e que defendam, primem por determinar o Bem da sociedade, impedindo que esta e outras escolas continuem a serem fechadas. Como nos afirmava Paulo Freire: educação transforma pessoas, que transformam o mundo.