HomeNotíciasAlan Porto desrespeita convocação para Audiência Pública sobre fechamento de Escolas

Alan Porto desrespeita convocação para Audiência Pública sobre fechamento de Escolas

O fechamento de escolas estaduais no município de Várzea Grande foi tema de discussão realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) na segunda-feira (20.09). A audiência foi requerida pelo deputado estadual Lúdio Cabral (PT), mas o secretário de estado de educação, Alan Porto, não compareceu.

Conforme documento enviado pelo secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, o Secretário da Educação estava participando da solenidade de assinatura de contrato para construção da ferrovia estadual, realizada no município de Nova Mutum. Em seu lugar, o gestor enviou representantes da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). 

“O secretário está desrespeitando uma convocação obrigatória do Parlamento estadual. É um desrespeito do governador, que é chefe do Poder Executivo, com o Poder Legislativo de Mato Grosso. Iremos adotar os procedimentos necessários e puni-los devidamente por esse descompromisso e irresponsabilidade”, declarou o parlamentar. 

Durante a reunião, foram ouvidos representantes de escolas estaduais de Várzea Grande e de outros municípios do estado, como Cáceres e São José dos Quatro Marcos. Todos afirmaram terem sido “pegos de surpresa” com a decisão do governo do estado de fechar unidades educacionais ou remanejar parte dos alunos e reivindicaram a manutenção das atividades. 

José Cícero da Mota, diretor da Escola Estadual Licínio Monteiro da Silva, em Várzea Grande, criticou a medida anunciada pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e a falta de diálogo com a comunidade escolar. A unidade conta com 1.634 estudantes e atende alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), estudantes portadores de deficiências, além do ensino regular, do nível médio e fundamental. 

“A Seduc nunca nos encaminhou um único e-mail informando que a escola estaria no processo de redimensionamento. Percebe-se que a única preocupação é se livrar de escolas ‘problemáticas’. É uma indignidade o que estão fazendo com o Licínio Monteiro”, afirmou o gestor, que deu início a uma greve de fome até que a situação da unidade seja revista. 

Professor da Escola Estadual Demétrio de Souza, Paulino César de Carvalho destacou sua preocupação diante da informação de que os alunos do final do segundo e terceiros ciclos e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) serão remanejados para a E.E. Professor José Mendes Martins. “A escola é viável, falta apenas arrumar a sua infraestrutura, que não é adequada. A comunidade insiste que a escola permaneça”, frisou. 

Adailton Aragão, diretor da José Mendes Martins, por sua vez, afirmou que a escola não tem capacidade para receber mais estudantes. “A escola não está preparada para receber essa demanda. Temos 14 salas e mais de mil alunos, os banheiros não têm portas. Como vamos colocar mais 700 alunos nessa escola?”, questionou. 

Juscelino Dias de Moura, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep-MT) de Várzea Grande, lembrou que no ano passado já foram fechadas duas escolas no município que, juntas, contavam com cerca de 1.300 alunos e classificou como “criminosa e antidemocrática” a atitude do governo do estado de fechar mais unidades sem dialogar com a comunidade escolar. “É uma decisão que visa puramente o lado econômico. Educação não é gasto, é investimento”, disse. 

“Tudo isso que vem acontecendo nesse governo, deixa claro o desmonte e a ausência de políticas públicas educacionais para atender nossos estudantes e a população que depende de escola pública. O governo tem que sentar com a comunidade escolar e dialogar para saber o que é melhor para que se tenha uma educação de qualidade. A escola é da comunidade, é nossa, não é quintal do secretário Alan Porto”, concluiu o professor Juscelino. 

A secretária de assuntos jurídicos do Sintep/VG, Maria Aparecida Cortez, (Cida Cortez) apresentou dados do analfabetismo no município de Várzea Grande: onze mil estudantes com quinze anos são analfabetos onze mil e o número aumenta para 27 mil, quando a faixa etária passa para 25 anos. “Portanto nós não estamos falando de reorganização, nós estamos falando de destruição, estamos falando de um secretário que não tem coragem, que tem medo de professor e professora. Quem não é capaz de sentar com professor e professora para dialogar? Que perigo nós representamos? O que o estão chamando de redimensionamento é fechamento de escola. E, sabemos que esse projeto está na linha da privatização. Logo, muito em breve as escolas públicas serão administradas por empresas privadas”, denuncia a dirigente do Sintep/VG. 

Redação RENATA NEVES / Secretaria de Comunicação Social com Edição Sintep/VG

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