Alguns diriam que as denuncias do Sintep/VG parecem piadas de mau gosto. Outros mais achegados aos governantes, e que se alternam no Paço Municipal Couto Magalhães em Várzea Grande, diriam que é picuinha política. Mas, a realidade salarial vivenciada pelos educadores é muito lastimável.
Hoje, os profissionais da educação de VG recebem um dos piores salários já pagos no município. “ É sob a batuta de uma mulher, a prefeita Lucimar Campos, da dinastia dos Campos em VG que o mais duro castigo salarial vem sendo aplicado. As tumultuadas gestões de Murilo Domingos, Tião da Zaeli e até da cria Wallace Guimarães praticavam melhores salários que a “Tia Lucimar””, afirma o presidente do Sintep/VG, Gilmar Soares.
“Isto porque, a prefeita já no seu segundo mandato, vem negando sistematicamente a revisão salarial dos funcionários de escola (quase 20% de revisão) e ignora a necessidade de mais 1.500 educadores, entre eles, professores que possuem diferenças salariais de R$ 300 e mais de R$ 1.500 reais para receber por mês, em função de que a prefeita se recusa a fazer a revisão do enquadramento na carreira, acordo assinado em lei e de conhecimento do TJMT”, avalia o professor Gilmar.
Uma das situações de mais prejuízos financeiros são dos educadores no município de VG/MT que desenvolvem as funções de Técnica Educacional especializada. Um Profissional da Educação que cuidam de crianças com Deficiência Física recebe menos que um salário mínimo por mês. (Confira um holerite em anexo. Ocultamos os dados pessoais a pedido da educadora que teme sofrer represálias da administração).
O holerite comprova a situação vexatória: trata-se de um TDE – Técnica de Desenvolvimento Educacional (que cuida de crianças com Deficiências), que trabalha, no mínimo, 6 horas diária na escola, e que descontado o PREVIVAG, recebe R$ 15 reais a mais que um salário mínimo. Considerando outros descontos, o salário da profissional para sobreviver durante o mês é de míseros R$ 873,58.
“A realidade de achatamento salarial vem provocando grande desgaste entre os profissionais, que sem esperança na atual administração, pedem afastamento para tratar de interesse particular ou até mesmo exoneração, por desacreditar da classe políticas que há décadas governam Várzea Grande, promovendo um péssimo exemplo de serviço público à população”, aponta o dirigente sindical.
Estado de Greve
De acordo com a secretária geral do SINTEP/VG, Cida Cortez, “os funcionários de escola continuam sem recomposição salarial há mais de dois anos e já na gestão da prefeita que é mulher, a situação tem sido de sacrifício para os trabalhadores da educação. Foi retirada a função de vigias, no período diurno e as escola estão sendo assaltadas, invadidas por bandidos. Tem escolas que foram assaltados até duas vezes durante o mesmo dia”, denunciou.
Os trabalhadores/as da Educação, em Assembleia aprovaram “Estado de Greve” no dia 15 de março. E, no final de abril, a categoria se reunirá em Conselho de Representantes e Assembleia Geral para deliberar sobre os rumos do movimento.