Um fenômeno vem chamando a atenção da população no início do ano letivo de 2017 na rede municipal de ensino de Várzea Grande: O aumento de salas anexas para atender estudantes em igrejas em Várzea Grande.
O Sintep/VG já foi contactado por pais e mães de três escolas que iniciaram o ano letivo com salas anexas na rede: a EMEB Marilce Benedita no Centro de Várzea Grande que abriu salas anexas na Igreja Presbiteriana; a EMEB David Mayer, no Jardim Ouro Verde, quem abriu salas anexas na Igreja Católica e vem funcionando de forma improvisada desde 2016 e há informações de salas anexas funcionando na Igreja Católica do Parque do Lago.
Para o presidente do Sintep/VG, Gilmar Soares Ferreira, a abertura de Salas anexas é um desvirtuamento daquilo que o Plano Municipal de Educação preconiza. “”A Rede estadual e a Rede Municipal são obrigadas a fazer o planejamento de matrículas, para que o município possa atender a demanda dentro das suas possibilidades. Não somos contra abrir salas anexas, mas a qualidade no atendimento precisa ser mantida”, frizou.
O município de Várzea Grande atende cerca de 25 mil estudantes, um número muito alto para sua capacidade de financiamento. “Isso tem consequências diretas na educação, porque vai faltar recursos, por exemplo, para pagar o salário justo e digno dos funcionários e professores na rede. É o que está acontecendo atualmente, onde a prefeita Lucimar já reteve um patamar de quase 20% de atualização salarial que devia estar na conta de cada funcionário, mas que a prefeita vem negando como valorização salarial aos funcionários de escola”, explica.
Salas anexas
Para compreender porque se chama assim, são turmas de estudantes formadas em uma unidade escolar, que por falta de vagas ou de condições estruturais de atender estes estudantes na sede da escola, a administração aluga um espaço (que pode ser próximo ou não da sede) para atender os estudantes.
Como se trata de salas apartadas do edifício sede da escola, as salas anexas vem sempre acompanhadas de algumas deficiências, que se não forem bem observadas e acompanhadas pela comunidade escolas (pais, mães e profissionais da educação), redundam numa precarização das condições de ensino que devem ser asseguradas as crianças.
Para Maria Aparecida Cortez, as salas anexas sofrem prejuízos diretos, porque não possuem as mesmas estruturas de acolhimento dos estudante que ficam no edifício sede. Quase sempre, é tudo feito por adequação, improviso mesmo: refeitórios improvisados, imobiliários insuficientes, salas dos professores apertada, a contratação de funcionários insuficientes, a questão da segurança é ainda mais precarizada que na escola sede, a cozinha (espaços de fazimento da alimentação escolar) é inadequado, o que aumenta o índice de acidentes, além de ser um espaço que não tem a presença constante da direção da escola.
No caso de algumas salas anexas, a falta de planejamento da Administração Municipal é latente. No Parque do Lago, após o muro da Igreja, existe um espaço de um centro social que poderia ser aproveitado para estabelecer alí, um Centro de Educação Infantil. Para o presidente do Sintep/VG, bastaria uma reforma do espaço, e a mesma deixaria de ser um local abandonado e que traz muitas preocupações para os vizinhos, para se tornar uma CEMEI (creche) e aliviar as longas listas de espera por vaga nas creches dos bairros vizinhos. Mas, a falta de prioridade da administração em planejar o atendimento da demanda da Educação infantil, redunda em aluguéis de prédios, causando um ônus maior à educação municipal.
O Sintep/VG vai fazer o levantamento das salas anexas existentes no município e vai mais uma vez, apresentar o problema ao Ministério Público, na esperança de que a população possa ser respeitada nas suas necessidades e atendidas nos seus direitos.