“É com muita dor no coração que vejo esta escola abandonada pela prefeitura, depois de tantos anos ver o movimento das famílias trazerem seus filhos para aqui estudar”, afirma um dos moradores do entorno Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Alino Ferreira, situada na região do Parque do Lago, Bairro Maringá I.
A escola funciona na sede da Paróquia Nossa Senhora das Graças, desde de fevereiro deste ano. De lá pra cá, a prefeitura simplesmente abandonou o prédio da escola, como revela matéria com fotos publicada pelo Sintep/VG, publicada em abril (Escola que deveria estar em reforma está abandonada pela administração de VG) e pela Gazeta Digital (Pai se revolta com escola abandonada e livros no chão)
Nesse período de abandono, o quadro de depredação do prédio aumentou: portões escancarados, salas sem portas, o portão que acesso à rua sem asfalto sumiu, vidros das janelas todos quebrados e estilhaços em todas as salas, cobertura da quadra teve o vão de baixo totalmente retirado.
De acordo com informações de moradores, além dos itens já citados que sumiram, as traves da quadra, todo o madeirame da cantina foram retirados. Segundo os moradores, teve até trator e caminhonete no prédio da escola para levar alguns materiais. O destino, ninguém sabe. Nem mesmo sabem dizer se foi alguém da prefeitura. O fato é que sem nenhuma proteção, nenhum portão fechado, frequentemente pessoas adentram o espaço da escola abandonada.
Os moradores vizinhos da escola afirmam que desde que a prefeitura abandonou o prédio da escola, dormir tranquilo a noite já não é mais possível. O local é frequentado por viciados que usam as dependências do prédio abandonado para usar drogas. Ao latido dos cachorros, é necessário se levantar para ver o que está acontecendo. “Já não temos mais paz”, afirma morador que se diz revoltado com a atitude da administração e o não início das obras.
O professor Gilmar Soares Ferreira, presidente do Sintep/VG, chama a atenção para o fato de que parece que a Gestão da Prefeita Lucimar Campos e do Secretário Silvio Fidélis estão muito bem acomodados com fato de escola ter mudado para a sede da igreja católica e lá, pagando aluguel. “Estão deixando o tempo da seca, tempo de realizar a reforma ou reconstrução da escola passar, uma vez que a mesma está abandonada. Quando irão começar as obras? Em julho? Julho já passou! Em Dezembro, quando o período já é de chuva? Já estamos em agosto, e o tempo vai passando”, questiona.
“A administração precisa esclarecer a população onde foram parar os materiais que já não estão lá como o portão da rua de chão na lateral da escola, as traves de ferro da quadra, as telhas da quadra, toda a madeira da cantina. Lamentavelmente, o que já foi depredado, destruído, como os vidros das janelas e outros é prejuízo para a população que assiste o descaso do poder público municipal”, aponta o professor Gilmar.
“Aos poucos a administração Lucimar Campos vai deixando suas marcas profundas. A primeira é a da desvalorização dos servidores públicos. Na educação, além de um dos piores salários do estado, os funcionários de escola amargam dois anos sem reajuste salarial. A maioria dos técnicos recebem e sobrevivem com menos de um salário mínimo no contracheque. A segunda maior marca é a falta de transparência”, completa o professor.
O sindicato vem tentando, sem sucesso, ter os dados da folha de pagamento da rede municipal, mas a atual administração não atende os pedidos do sindicato. Temos ainda outra marca, que é a de abandono de obras importantes para comunidades carentes. Além da EMEB Alino Ferreira, temos a obra de outra escola abandona do residencial Cabo Michel.